Programa: The Blue Soul of Blues
Programadores: Angela Silva, Cristiane Picinini, Saulo Sbaraini Agostini e  Wilson Antonio Frezzatti Jr.
Estilo Musical: Blues
Horário: Terça-Feira 19h00 - 20h00 Reprises: Domingo das 17h as 18h
Saiba mais:

The blue Soul of Blues visa a divulgar o Blues e a sua história, enfatizando especialmente seu caráter melancólico. Son House diz sobre o Blues: "As pessoas continuam a me perguntar onde surgiu o Blues, e tudo o que posso dizer é que, quando eu era rapaz, sempre estávamos cantando nos campos. Na verdade, não cantávamos, você sabe, clamávamos, mas inventamos nossas canções sobre coisas que estavam acontecendo conosco naquele momento e acho que foi assim que começou o Blues".

Ninguém sabe quem cantou e criou o primeiro Blues: em algum lugar do delta do Rio Mississipi, no final do século XIX, sob influência das tradições africanas e das duras condições de trabalho nas fazendas do Sul Profundo dos EUA, algumas pessoas resolveram expressar seus sentimentos. O Blues é mais do que um som musical, é expressão do mais profundo da alma, da condição trágica da existência humana.

A origem do próprio termo "blues" é também desconhecida. Para o trabalhador do campo, o "blues" significava tristeza, pesar, angústia, infortúnio e melancolia. Estar com o "blues" era estar na pior situação possível. Usar a palavra "blues" em ações ou em certos momentos não se referia a nada de bom. Na verdade, o "blues" está dentro de nós mesmos sem nenhum motivo aparente.

A melancolia, na medicina grega antiga, era um dos quatro humores ou líquidos corporais: sangue (ar); a fleuma (água), produzida pelo cérebro; a bile amarela (fogo), produzida pelo fígado e a bile negra ou melancolia (terra), produzida pelo baço e pelo estômago. Na Idade Média, a melancolia, que na doutrina antiga era apenas um humor entre outros, torna-se uma morbidade temida, causadora de loucura e crimes, humor melancholicusé considerado o menos nobre. Além de provocar tristeza, o excesso de bílis negra é responsável por inveja, avareza, ganância, deslealdade e loucura. Entretanto, ao lado da loucura estava a genialidade e o dom profético. O filósofo alemão Walter Benjamin, porém, destaca o outro aspecto da melancolia: a sabedoria e o conhecimento da transitoriedade do mundo, do fluxo histórico como renovador e criador de significados. Aos sentimentos de loucura e de depressão, a reflexão do melancólico contrapõe a possibilidade de novos caminhos e de redenção, tal como faz o herói trágico através de sua morte.